terça-feira, 20 de março de 2012

2012

Não há indícios de uma melhoria das condições do mercado imobiliário em 2012, e da continuação das dificuldades de obtenção de financiamento, mas a consultora imobiliária, Jones Lang LaSalle (JLL) considera que este ano "trará boas oportunidades para a compra e arrendamento de imóveis em Portugal".

Segundo o relatório “Mercado Imobiliário 2011- Perspetivas 2012”, o mercado oferece produtos imobiliários "para investimento de excelente qualidade e a preços muito competitivos", para quem tem capitais próprios. Também no segmento de escritórios e de retalho, existem espaços disponíveis com rendas bastante atractivas", que podem constituir ofertas muito interessantes para lojistas e empresas.

Para o director da JLL Portugal, Pedro Lancastre, este ano “não será, com certeza, de recuperação do mercado imobiliário, até porque as expectativas são para que os níveis de actividade se mantenham semelhantes a 2011, mas poderá ser um bom ano para se comprar e arrendar imóveis". "As oportunidades continuam a existir em todos os segmentos, com produtos imobiliários de grande qualidade e com preços muito competitivos", acrescenta.

A JLL sublinha que o mercado imobiliário deverá permanecer com níveis baixos de actividade nos diversos segmentos, tendo em conta as perspectivas de decréscimo do PIB, aumento do desemprego e consequente redução da capacidade de consumo, que afectam, directa e negativamente, o arrendamento de escritórios e as vendas de lojistas, conduzindo também a uma maior pressão sobre as rendas.  

Escritórios

As previsões da consultora para este ano apontam para que se mantenham os mesmos níveis de arrendamento de escritórios do que em 2011, persistindo a tendência de retracção da procura e o domínio de operações sobretudo de "downsizing". A JLL estima que os ocupantes continuem a deter um poder negocial prevalecente, renegociando as suas rendas e exigindo condições adicionais, como contribuições no "fit out" ou maiores períodos de carência.

O ano terminou com uma oferta disponível de 541.1143 metros quadrados, equivalente a cerca de 12 por cento do stock total de escritórios de Lisboa, avaliado em 4.509.040 metros quadrados. Em 2011, foram inaugurados 59.947 metros quadrados de novos escritórios e para 2012 estão previstos 49.111 metros quadrados de novos espaços, dos quais 69% dizem respeito a promoção especulativa (sem arrendatários garantidos à partida). No que se refere à renda prime, o mercado de escritórios apresentou níveis estáveis em 2011, mas com tendência de descida ligeira no final do ano, fixando-se em 18,5 euros/metros quadrados mês, e dada a actual conjuntura é expectável que a pressão para descer continue a fazer-se sentir.

Retalho

No sector de retalho, a JLL refere que o número de inaugurações de novos equipamentos comerciais nos próximos quatro anos é bastante reduzido, podendo mesmo acontecer que alguns projectos previstos não avancem, por questões relacionadas com o financiamento bancário ou pela retracção dos planos de expansão dos lojistas. "A entrada de novos formatos e conceitos parece ser uma via alternativa para o crescimento deste mercado, ainda dominado pelo formato de centro comercial e no qual o comércio de rua tem vindo a conquistar uma crescente importância", salienta o estudo da JLL.

As inaugurações de novos equipamentos comerciais nos próximos quatro anos é bastante reduzido, podendo mesmo acontecer que alguns projectos previstos não avancem, quer por questões relacionadas com o financiamento bancário quer com a retracção dos planos de expansão dos lojistas.
 
Investimento

O mercado de investimento deverá continuar a ser palco de operações "cirúrgicas por parte de um número selecto de investidores", mas apenas para imóveis bem localizados, com bons inquilinos e com bons contratos de arrendamento. Os investidores privados e os family offices serão os investidores mais activos, posicionando-se na linha da frente porque não têm necessidade de recorrer a financiamento. Mas algumas entidades institucionais, por exemplo ligadas ao sector bancário, podem também desempenhar um papel importante, nomeadamente na realização de operações de "sale&leaseback" para poderem cumprir os rácios de solvabilidade.

O ano passado, este mercado movimentou apenas 200 milhões de euros. As estimativas são para que os níveis de transacção se mantenham este ano, "dadas as restrições no acesso ao financiamento".

Fonte: negocios.pt

    

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