segunda-feira, 13 de junho de 2011

“Quem trabalha só pelo dinheiro deve ter uma vida triste”

É um dos mais reputados consultores para a área de turismo. Nasceu no Brasil, numa favela, e hoje vive no Algarve, terra que o adoptou. 

Nasceu há 71 anos numa favela, no Rio de Janeiro. Filho de pai russo e de mãe romena "muito pobres mas bons profissionais", Jack Soifer, consultor económico, viveu alguns anos na Suécia, correu "o mundo" e escolheu Portugal para viver. Autor de 39 obras - entre ‘papers' académicos e livros de autor - Jack é um sonhador que defende o turismo em Portugal. Inovação e energias renováveis são outros temas que tem na sua agenda. No plano financeiro, Jack Soifer defende que "não devemos investir tudo no mesmo cesto".

Na sua opinião, o que é que o dinheiro não compra?
Felicidade e saúde.

Lembra-se do seu primeiro ordenado? O que fez com ele?
Eu era muito pobre, comprei um segundo par de sapatos.

No campo da gestão do dinheiro considera-se uma pessoa poupada ou nem por isso?
Sim, sempre e bastante. É por isso que cheguei ao patamar de investir em projectos inovadores.

Se ganhasse o Euromilhões o que faria?
Daria o dízimo ou até o dobro disto para entidades beneficentes. Investiria em empreendedores honestos e esforçados. Usava uns 25 mil euros para comprar um bom carro eléctrico.

Para si qual é o montante suficiente de dinheiro para deixar de trabalhar?
Jamais deixarei. Já não trabalho por dinheiro, trabalho só para ser útil. Acho que quem trabalha só pelo dinheiro deve ter uma vida triste. Quem ama o que faz não pára e o lucro ou rendimentos vêm como consequência da competência.

Qual foi o melhor investimento que fez?
Ganhar muito pouco e ir trabalhar para os EUA e aprender a obter resultados finais, enriquecer o meu patrão, que soube depois dar-me oportunidades.

Em que tipo de produtos financeiros aplica as suas poupanças? É conservador ou gosta de produtos mais arriscados?
Como outros, faço um ‘mix': alguns fundos, algumas acções ‘blue-chips', algumas que só poderão dar bons ganhos em três a cinco anos.

Como escolhe os seus investimentos: É autodidacta? Ou recebe conselhos de familiares, amigos ou do gestor de conta?
Sou engenheiro, estudo inovações, escolho um sector, depois um produto ou serviço, depois peço ao gestor de conta para me passar a análise de algumas

Qual foi o conselho mais precioso que já recebeu sobre dinheiro?
Nunca pôr todos os ovos no mesmo cesto. A única vez que o fiz, perdi muito e doeu muito.

O que tem sempre na carteira?
Bom senso e contra-ciclo. Até há pouco tinha muito ‘cash'. O banco pressionava-me. Tive que explicar que a situação iria ainda piorar antes de melhorar. Comprei na hora certa. Só me arrependo de ter vendido, há anos, ouro antes do valor do mesmo ter atingido o topo.

Fonte: Económico

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