terça-feira, 3 de maio de 2011

Beatriz Rubio – Directora-geral da Remax

Neste cenário de restrição no acesso ao crédito e maior dificuldade na concretização de uma venda, as mediadoras profissionais tendem a crescer. Quem oferecer ao mercado um melhor serviço com uma taxa de sucesso superior será aquele que mais mercado irá captar”. O portal Tormo.pt falou com Beatriz Rúbio, directora-geral da Remax Imobiliária. A empresa vai reforçar este ano a aposta em soluções que contrariem a crise, saiba como.


Muitos anos como CEO da maior rede imobiliária do país, agora presidente da empresa. Quais são os grandes planos para a rede Remax na nova administração?
Temos como ambição continuar a crescer e elevar, até 2014, a nossa quota de mercado dos actuais 20 para 40%. É uma meta ambiciosa, mas possível se soubermos trabalhar bem o cliente. Por isso, nos próximos anos, o nosso enfoque vai estar, mais do que nunca, no serviço. Vamos concentrar-nos no terreno, ao nível das lojas e dos vendedores, para conseguir elevar o nosso serviço a um patamar de excelência em que cada venda represente um cliente satisfeito. Em termos de dimensão e de cobertura, a rede Remax tem o seu crescimento muito consolidado. Há que reforçar a força da marca a norte mas o enfoque da nossa estratégia está no serviço.
 
A marca investiu o ano passado 1 milhão de euros na Remax Collection, uma nova marca vocacionada para o segmento de luxo. Houve retorno deste investimento? É este segmento um fenómeno de vendas em Portugal?
É um segmento importante, menos permeável aos impactos da crise. Em 2010, a Remax Collection transaccionou imóveis no valor de perto de 80 milhões de euros, mais cerca de 9% em relação ao ano anterior. O valor de facturação alcançado com este segmento de mercado ascendeu a cerca de 18 milhões de euros. Foi um excelente resultado que nos impulsiona a continuar a aposta neste nicho de mercado que requer uma abordagem específica e para o qual temos uma rede de agentes especializados que este ano iremos reforçar.
 
Como se tem comportado o sector de arrendamento? Tem ganho cada vez mais peso nas transacções Remax?
Em 2010 a Remax realizou mais de 31.000 transacções sendo que os arrendamentos representaram 35% deste total, com um crescimento de 12% face a 2009. O arrendamento tem um peso crescente na nossa actividade porque é uma alternativa que surge para um número crescente de pessoas. Nós vamos crescendo, acompanhando a tendência do mercado, mas a venda é ainda a fatia maior da nossa actividade – cerca de 64% de todas as transacções que realizámos em 2010.
 
Atendendo ao mercado, qual foi a evolução da procura e venda de imóveis neste último ano?
Há uma retracção no mercado global mas, paradoxalmente, um crescimento no que se refere à mediação profissional e isso tem uma explicação. Quando o “trata-o-próprio” tem maiores dificuldades em resolver a questão por si mesmo surge uma oportunidade para os profissionais do sector. Neste cenário de restrição no acesso ao crédito e maior dificuldade na concretização de uma venda, as mediadoras profissionais tendem a crescer. Quem oferecer ao mercado um melhor serviço com uma taxa de sucesso superior será aquele que mais mercado irá captar. Embora o mercado global possa estar em retracção, face a anos anteriores, há ainda muito espaço para crescer, para melhorar e para entregar ao cliente um serviço de excelência.
 
Quais vão ser os maiores obstáculos para o sector imobiliário em 2011?
Todas as actividades têm obstáculos que só o são enquanto não forem percepcionados como oportunidade. Isto quer dizer que é necessário olhar constantemente para o mercado e encontrar soluções que contrariem os cenários existentes. O nosso posicionamento este ano é trabalhar serviço e oferecer aos nossos clientes soluções que contrariem a crise porque temos muitas soluções que respondem a diferentes obstáculos: Acesso ao crédito? Há que qualificar financeiramente os clientes para que conheçam, em realidade, que compromissos podem assumir. Isso aumenta a taxa de sucesso no acesso ao crédito junto da banca. Temos uma parceria com a consultora financeira Maxfinance para apoiar os nossos clientes nesta vertente. Arrendamento? Quem não consegue aceder o crédito não deve desesperar e pode sempre considerar a possibilidade do arrendamento. Nós temos soluções também aqui. Permuta? É um conceito fantástico que permite comprar sem vender a casa actual e que gera economias ao nível dos impostos. O que queremos transmitir é que não vale a pena continuar neste discurso dos obstáculos e da crise; é preciso dar o salto e caminhar na oferta de soluções. É isso que cada cliente espera de nós.
 
Em 2010, a Remax foi considerada a melhor Empresa para trabalhar em Portugal, sendo a imobiliária que mais resultados dá aos portugueses. Qual o segredo de motivação dos parceiros Remax?
Reconhecimento, reconhecimento, reconhecimento. Temos um modelo de negócio que atrai e retém os melhores na actividade porque reconhece que o seu trabalho é fundamental. Os agentes RE/MAX recebem entre 40 e 80% da comissão de venda o que reconhece o seu trabalho e o seu papel importantíssimo no sucesso da marca e da rede. Além disso, nós próprios, RE/MAX Portugal, fazemos um intenso trabalho de proximidade e reconhecimento de mérito a todos os que se superam no seu dia-a-dia. Em 2010 entregámos 680 prémios aos nossos agentes. Percorremos o país em reuniões e encontros constantes com as nossas equipas para conhecer a realidade no terreno, para motivar e para reconhecer o trabalho da nossa rede. Ser apreciado e distinguido pelos pares é, acreditamos nós, um motor extraordinário de motivação e de auto-superação.
 
Qual é o verdadeiro ADN da empresa?
O ADN Remax compõem-se de um conjunto de valores positivos para os quais há um conjunto de valores negativos que se opõem e que são a antítese do que queremos ser. É um ADN de honestidade, trabalho duro, partilha, responsabilidade, boa-disposição, positivismo, lealdade. Mais do que descrever aqui os traços do nosso ADN é importante, creio eu, referir que há uma grande unidade da rede em torno deste conceito e que isso permite excluir naturalmente os que se afastam dos valores positivos. Por isso temos uma rede unida, que partilha uma visão colectiva e que trabalha em conjunto para alcançar a meta. São pessoas excepcionais que me fazem sentir muito orgulhosa por ter o privilégio de estar na liderança desta equipa.
 
75.000 euros é o valor necessário para abrir uma agência Remax. O valor é equivalente a uma unidade 100% operacional? O que prevê este investimento?
O valor necessário para comprar o direito de entrada são €20.000. Consideramos os €75.000 porque é necessário construir uma loja do zero, criar uma equipa, dar-lhe todas as ferramentas necessárias para trabalhar logo que sejam recrutados. Este valor pode, ou não, ser real consoante os desejos do Franchisado, até pode ascender apenas aos €50.000 (já com o direito de entrada incluído).
 
Em quanto tempo recupera o franchisado esse valor?
Depende de muitos factores. Trabalhamos para que tenham um break-even ao fim do primeiro ano de actividade.
 
Quanto factura em média uma unidade da rede?
O valor médio de facturação ronda os €500.000. 
 
Qual o balanço da empresa em 2010 em termos de volume de negócios e de crescimento?
Foi um ano muito positivo para a RE/MAX. O volume de comissões cresceu 32% e o valor total das casas transaccionadas pela rede elevou-se a 1.800 milhões de euros, mais 25% que no ano anterior. Crescemos 18% em número de transacções o que significa que, em 2010, a rede concretizou mais de 31.000 transacções. Assinámos 28 novos contratos de franchising e abrimos oito novas agências. Fechámos o ano com uma rede activa de 221 agências e mais de 4.200 agentes associados. Foi um ano de forte crescimento e de grande motivação. 
 
A imobiliária é conhecida pelas campanhas inovadoras no sector. Que projectos para 2011?
Queremos que 2011 seja o ano das soluções. Estamos num cenário de crise acentuada mas é preciso dar ao mercado soluções e é ai que nos vamos concentrar: em oferecer soluções seja para a compra de casa, no arrendamento, na gestão das despesas da família, na procura de um novo emprego ou de uma nova actividade – queremos abrir novas agências e recrutar mais de 600 agentes ao longo do ano. Temos uma marca muito forte, motivada e 100% voltada para o mercado. Queremos elevar a nossa qualidade de serviço e estar ao lado dos nossos clientes com soluções para os seus problemas. 
 
Fonte: tormo.pt
 
 
 

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