quinta-feira, 26 de abril de 2012

Bancos "não antevêem aumento da restritividade na concessão" de crédito à habitação

Depois de vários trimestres de agravamento das condições de acesso ao financiamento para a compra de casa, bancos dizem que a restritividade vai manter-se inalterada neste segundo trimestre de 2012.

De acordo com o inquérito aos bancos sobre o mercado de crédito, divulgado hoje pelo Banco de Portugal,
o sector não prevê agravar ainda mais as restrições de acesso ao crédito pelas famílias, para a compra de habitação.

“Dos três dos bancos inquiridos não antevêem um aumento da restritividade na concessão de empréstimos a particulares para aquisição de habitação” enquanto os restantes esperam que este “se tornem apenas ligeiramente mais restritivos” no trimestre actual. 

Esta perspectiva é bem diferente da que tem sido expressa em anteriores inquéritos realizados pelo Banco de Portugal. Foi isso que aconteceu no primeiro trimestre, com “os bancos a reportarem, em termos médios da amostra, um ligeiro reforço na restritividade dos critérios para a aprovação de empréstimos” para a compra de casa.

Esta maior exigência da política de concessão de crédito à habitação “terá decorrido, por um lado, de um agravamento do custo de financiamento e de restrições de balanço dos bancos”, mas também pela deterioração das expectativas quanto à actividade económica em geral, mas também quanto à evolução do mercado de habitação em particular”.

“O acréscimo da restritividade nos critérios de concessão de empréstimos a particulares para a aquisição de habitação ter-se-á traduzido na aplicação de ‘spreads’ mais elevados aos empréstimos de maior risco”, diz o Banco de Portugal. Há bancos que chegam a cobrar “spreads” de quase 8%.

Procura por crédito cai e deve continuar a descer

“Todas as instituições inquiridas reportaram diminuições da procura de empréstimos para a aquisição de habitação no primeiro trimestre de 2012 face ao quarto trimestre do ano findo”, revela o inquérito à banca. “Duas instituições indicaram inclusivamente uma redução considerável da procura”.

“Subjacente a esta evolução poder-se-á enunciar o aumento das despesas de consumo não relacionadas com aquisição de habitação e, muito em particular, a deterioração das perspectivas para o mercado de habitação e da confiança dos consumidores”.

Para o segundo trimestre de 2012, “em termos médios da amostra, perspectiva-se uma

ligeira diminuição da procura de crédito à habitação”, conclui o relatório hoje divulgado pelo Banco de Portugal.

Fonte: jornaldenegocios.pt

Pedro Santos
92 637 0353

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